sexta-feira, 11 de julho de 2008

O Grande Problema de Missões.

Antigamente nós tínhamos uma visão muito romântica da obra de missões. Era vista como uma atividade heróica, em que a pessoa partia para uma verdadeira aventura em terras estranhas, que nunca o teriam ouvido e, provavelmente, mostrariam uma forte reação à Palavra de Deus.
Hoje, temos uma visão muito mais ampla da obra missionária. Compreendemos que ela não se faz somente nos sertões e nos países distantes, mas igualmente bem pertinho da porta da nossa casa. E não estamos falando aqui daquele conhecido argumento que diz que cada um de nós, os crentes, pode ser também um missionário. Referimo-nos a enviar missionários e sustentá-los para trabalhar na nossa própria cidade.
Outra coisa que contribui para mudar a nossa visão missionária é que o mundo tornou-se urbanizado. O nosso próprio país tornou-se tão urbanizado que hoje, segundo a ONU (Folha de São Paulo – 26/2/2008), apenas 15% da população vivem em áreas rurais. Há verdadeiras megalópoles espalhadas por todo o mundo, onde o tráfego de drogas, o crime organizado, a prostituição, os vícios, as falsas religiões já chegaram, e o evangelho ainda não chegou. Ou se chegou a sua penetração é insignificante. O grande campo missionário da atualidade são as grandes cidades.
Mesmo nas grandes concentrações urbanas do Brasil, onde temos tantas igrejas, tornou-se necessário ter pessoas especialmente chamadas por Deus e sustentadas por nós para trabalhar naqueles lugares onde a maioria dos crentes não pode ir por falta de tempo, de oportunidade, de treinamento e credenciamento ou de licença. São hospitais, as cadeias, os portos, as casas de internação de viciados, a de internação de menores, escolas, asilos, orfanatos. Há também as atividades arriscadas, como o trabalho nas favelas e com moradores de rua.
Realizar missões nessa nossa “aldeia global” é um privilégio e uma responsabilidade sem precedentes, esta oportunidade precisa ser urgentemente aproveitada, antes que termine a nossa geração, antes que outros milhões de pessoas morram sem ouvir falar de Jesus. Deus deu à nossa geração o que não deu às anteriores: a oportunidade de cumprir o “Ide” de Jesus numa dimensão jamais vista. Está nas nossas mãos faze-lo, as condições estão dadas.
Entretanto, é mais fácil para Deus mover a roda da História, como tem feito, criando tantas oportunidades para Missões, do que mover o coração duro dos crentes que não se abre para essa obra. Sim, porque essa é uma questão não só da vontade de Deus, mas também da vontade do homem. O Senhor é soberano, mas espera a nossa participação voluntária na obra, pois este é o seu plano: que homens e mulheres sejam suas testemunhas também onde moram, indo diretamente aos campos ou contribuindo para o sustento dos que vão, e que orem para que a obra dê resultados.
Portanto, o grande problema da obra missionária neste mundo sem fronteiras não são as barreiras raciais, culturais ou políticas, mas a falta de recursos humanos, financeiros e espirituais. Precisamos de mais gente para ir aos campos, precisamos de mais gente participando financeiramente, precisamos de mais gente orando.
Recentemente apurou-se que o valor médio ofertado por ano para a obra missionária pelos evangélicos brasileiros era menor que o valor de uma Coca-Cola. Isto mesmo: todo o dinheiro dado para Missões pelos crentes brasileiros dividido pelo número total desses crentes, dá menos que o preço de uma latinha de Coca-Cola por ano. Não nos enganemos, irmãos, todos nós haveremos de comparecer perante o tribunal de Cristo e prestar contas da nossa omissão nesta hora, neste mundo de tantas oportunidades. Que nenhum de nós seja achado culpado naquele dia!

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